segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Meu eu quer falar:

Olá [porque não somos triviais], como nós compartilhamos a mesma pessoa, chegou o momento de estabelecer nossa comunicação. Você o estereótipo e eu a essência. Vamos estipular nossos limites, estou cansada de me reduzir a você, sendo que demoram muito para associar você a mim. O que nos une? Já não me fadiga esta idéia, meu protesto está no que nos separa, onde cada um faz seu papel. Posso começar minha defesa? “Oquêi”, e lá vamos nós...!

A começar pela idade, não compartilho dos mesmos aninhos. Nem posso dizer mais inocente ou madura, isso depende da situação. Sou um tanto alegre e por isso podem dizer infantil, sou um tanto crítica e, portanto, ranzinza. Então que entenda, já de princípio, não podemos ter 22 anos [ao mesmo tempo]. Depois da idade, que falemos da beleza [é sempre a primeira impressão... arg]. Vamos dizer que tive sorte, ainda tenho oportunidade de ser ouvida porque você é bela [sei que estou sendo hiperbólica, mas muitos levam isso a sério... sei que o caro leitor foge dessa massa =o]. Não digo linda, apenas dócil aos olhos. Mas afirmo, meus são os créditos do elogio de “apaixonante”. Pensando bem... Depois falo mais dos créditos. Vou continuar dizendo que eu não me importo com teu peso, nem com tua pele, também não me importo com suas roupas, acessórios ou mesmo cílios azuis. Digo-lhe que me importo com o sucesso, com as metas, que nunca são tuas, me queixo das falhas, me queixo das relações. Ah, as relações... Posso até dizer que estas são a base de que eu fui, sou e do que virei a ser. Isso porque as pessoas são boas, más, animadoras, conflitantes, me dão desgosto e me enojam. Sim, o nojo é despertado muito frequentemente, principalmente pelos luxuriantes. O hilário é declarar isso ao meu caro corpo, que dentre nós é o menos vaidoso. Essa minha poluição de pensamentos sempre me causam comentários Macabéicos [aqueles desnecessários ou inconvenientes] – tentarei mudar, mas não afirmo que o farei [rs]. Aliás, você tem me escondido por anos atrás da aparência inofensiva. Vamos dizer que minha exposição tem sido naquelas discussões onde sou ferina e altamente irônica. Tenho que concordar que são raros esses momentos, afirmando que o amor tem sido meta diária, mas minha é a humanidade dos erros e essa ironia dos momentos de descréditos de outrem, mesmo que os atingidos sejam poucos, nisso não posso ser outra. Falar disso aflora minha tristeza, como somos fenestrados e sempre procuramos a continuidade. Preciso falar dos créditos, parece que fujo, mas como disse anteriormente, mas com outras palavras: hoje é o dia da minha exposição. Apesar de tudo que gostaria de corresponder a você, minha aparência, eu sou teu acerto e tua falha. Apesar de tudo que você possa atrair, sou eu a única capaz de construir a permanência ou a fuga das pessoas ao redor. Para ser na multidão, você faz muito bem a decoração. Para ser no pessoal, sou eu teu bem e teu mal.

Não poucas vezes eu penso que se você tivesse outra aparência, eu seria diferente, complexada, mais fútil, mais esforçada, mais engraçada. Não sei! Apesar de desconhecer, passei muitas situações que me ajudaram a chegar à maturidade de hoje, e na imaturidade que ainda experimento. E tenho certeza que passarei por muito. Também afirmo que não organizarei fuga, descobri coragem em mim. E com isso crescerei mais, e sabe qual minha raiva? Você, aparência, continuará a mesma, talvez mude seus cabelos, aparecerão rugas, pode ser que mude seu guarda-roupa. Mas você sempre terá essa identidade. Já não posso dizer isso de mim.

Um comentário:

  1. Em um trecho do livro a divina comédia,discorre uma conversa falando sobre a infusão da alma no corpo e deve ser isso mesmo a infusão da alma no corpo que se trata de um detalhe.
    Eu diria que foi,não uma poluição e sim uma inundação de pensamentos e por sinal muito bons.
    Texto muito bom como eu disse um dos melhores que você ja escreveu.
    Parabéns carlita super beijo e feliz ano novo.

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